E hoje é
um dia mais que especial para muita gente: é DIA DOS AVÓS! Obaaa!! É para
celebrar, da forma que der, essas pessoas tãooo especiais na nossa vida, na de
nossas crianças, vovós e vovôs que com tanto amor cuidaram da gente ou dos
nossos filhos, sinônimo de carinho, aconchego e boas histórias! A eles e elas,
todas as nossas homenagens, vocês que estão segurando a onda aí nessa pandemia
maluca, experimentando novas formas de manter contato com a família, aguentem
as pontas só mais um pouquinho, vai passar logo!
Sei que
tem muitas vovós que me seguem, e isso me enche de orgulho! Então, para
comemorarmos esse dia tão especial, quero dedicar o post de hoje para todas as
vovós que estão com a gente, e para todas as famílias que querem ter no momento
da leitura uma boa história de avó para contar! É muito amor que não cabe numa
só história, né gente?
Reuni
vários livros pra fazer a nossa seleção, muitos já foram mostrados no feed do nosso Instagram, e não se preocupem
pois vou deixar tudo nos stories e no destaque "livros de avós", para
vocês não perderem nada!
Gostou do
livro? Já deixo o link para compra também =)
Vamos conferir
um pouquinho de cada uma das histórias?
1 - A avó adormecida, de Roberto Parmegianni e João Vaz de Carvalho pela DSOP
O escritor reverencia sua infância e memórias de afeto ao lado da
avó, narra as peripécias vividas e fala de um modo bastante poético e delicado
sobre o momento da partida da avó, é terno e emocionante!
“Antes que ela adormecesse e
antes de fazer coisas estranhas, eu passava muito tempo com a minha avó. Líamos
muitos livros e ela me contava muitas histórias”
A avó do
personagem, de repente, começa a fazer coisas absurdas, como rasgar flores para
fazer uma sopa e querer ir à lua. Mas, depois disso, ela passou a dormir o
tempo todo, talvez por alguma doença, mas o que fica na memória do garoto são
as boas lembranças vividas ao lado dela. Até o momento em que ele descreve de
modo bastante sensível como ele percebe que ela está indo embora. O escritor
Roberto Parmegianni, ao final do livro, fala da inspiração em sua avó para
escrever a história e de todas as lembranças relacionadas à ela: “se eu penso em minha infância ocorrem-me
três coisas: o cheiro do pão, o mar no verão e massas com molho de tomate.
Todas três têm a ver com a minha avó”. Ele discorre sobre essas memórias na
narrativa de uma maneira bem terna e que podem ser capazes de fazer o leitor
reviver suas próprias vivências da infância que também remetam à figura dos
avós. Até a despedida dela é descrita de uma forma delicada, que emociona quem
lê!
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2 - Vovô Mandela, de Zindzi, Zazi e Ziwelene Mandela e Sean Qualls pela VR Editora
A trajetória do grande líder sul africano Nelson Mandela a
partir da visão de seus descendentes, narrada de uma forma bastante sensível e
que conscientiza sobre a luta de Mandela contra as injustiças e o Apartheid em
seu país, lindo demais!
O livro foi escrito pela filha caçula e bisnetos de Mandela (Zindzi, Zazi e Ziwelene), que contam a história do grande defensor do fim do apartheid na África do Sul, desde sua prisão, por defender o fim das injustiças no país, bem como ao que o motivou a essa luta, como os absurdos ocorridos contra a população negra. A narrativa é contada como se fosse uma conversa entre os familiares, de uma forma bem leve e descontraída.
A família de Mandela foi separada, e Zindzi, sua filha, revela as dificuldades que passaram até se reunirem novamente, quando ele foi solto. Mesmo tendo sido vítima de tantas adversidades, ela destaca que a bondade, a perseverança e o espírito de união do seu povo sempre motivaram seu pai a buscar o melhor para o país, até que se tornou presidente e efetivamente pôde realizar ações concretas em favor dos negros na África do Sul. Seu legado é inconfundível e continua a inspirar pessoas em todo o mundo.
“’O que é
justiça? Perguntou Ziwelene’. ‘A justiça trata dos direitos das pessoas.
Significa que é preciso perguntar ‘o que é certo para todo mundo? O que é
justo?’. O vovô não achava justo o que estava acontecendo na África do Sul”
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3 - Última parada, rua do mercado, de Matt de la Peña e Christian Robinson pela editora FTD
Quantas
vistas podem ser apreciadas em um mero passeio de ônibus?
Aos olhos
de uma criança, a simplicidade da vida pode ser contemplada de várias maneiras,
e o que parece ser trivial ganha um sentido bem especial para o menino que
passeia com sua avó até o destino final, a Rua do Mercado! No vai e vem do
ônibus, a cada parada entram e saem passageiros dos mais variados, cada um com
seu jeitinho vai sendo analisado pelo menino e pelos olhos sábios de sua avó.
E Cadu
descobre que bom mesmo é perceber que a diversidade preenche todos os espaços
(e há lugar para todos no coletivo, no sentido mesmo da palavra), para ao final
demonstrar sua admiração pelo próximo em forma de gratidão e doação de si, num
gesto de bondade e compaixão pelos outros! A frase que mais gosto nesse livro é
“Ele se admirou de como a vovó sempre achava beleza onde ele nem tinha pensado
em olhar”.
A troca
de experiências e as vivências do menino nesse passeio são ricamente
completadas com a sabedoria de avó, que sempre tem uma palavra de carinho para
mostrar ao menino que apreciar as pequenas coisas da vida podem resultar em
atitudes de gratidão e amor ao próximo. Uma história linda sobre os
aprendizados que temos com nossos avós!
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4 - O caderno da avó Clara, de Susana Ventura e Carla Irusta pela SESI-SP
Essa dica
vai para a turminha que está crescendo, já lê em capítulos e só quer saber de histórias juvenis: “O
caderno da avó Clara"é uma leitura que os pré-adolescentes vão adorar!
A menina Mariana (Mari), de 12 anos, vive apenas com a mãe, que ganhou uma chance
de estudar na Itália e não poderia levar a filha com ela. Aí resolve
deixá-la com quem? O pai, que a garota mal conhecia.
Primeiro veio a euforia pela conquista da mãe, e depois a frustração por ter
que ficar 6 meses com um absoluto desconhecido, ainda que fosse seu próprio
pai (é até bastante engraçada essa parte da história pela força da conexão
que gera com o leitor, que de cara se compadece com a garota). O primeiro
contato foi mais difícil mas, aos poucos, Mari se conecta com seu pai, a nova
escola e nova cidade, mas com que ela mais se empolga é um caderno que
encontra num cantinho do novo quarto: era um caderno de histórias reunidas por
sua avó, Clara, mãe do seu pai Antônio.
A cada história lida (anotadas à mão caprichosamente pela avó Clara, já
falecida), Mari vai refletindo sobre os contos, liga pontos à sua própria
história e de seus pais. Histórias de princesas que nem sempre terminam bem, mitologias,
em alguma coisa a avó Clara se parecia com sua mãe, que é antropóloga e
coleta histórias em seu trabalho. Mari estabelece uma relação de profunda
identificação com a avó, mesmo que não a tenha conhecido, a partir dos escritos
no caderno.
Em certo momento a menina pede que sua mãe envie a ela por e-mail uma
história que considere marcante, pois quer escrever no caderno algo pessoal para
guardar de lembrança. O que ela não sabe é que aquela é a sua própria
história de vida. Vou deixar vocês com curiosidade, só posso adiantar que tem
sofrimento e que nem sempre as coisas são como parecem no início do livro.
Passei alguns dias lendo os capítulos em voz alta com minha filha maior e,
confesso, foi difícil ler a parte final sem um nó na garganta de me sentir
tocada pela história de Mari... Realmente muito emocionante, se o final vai
ser feliz ou não, fica para o leitor decidir o que aconteceu depois...
Imperdível!
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5 -
A avó amarela, de Júlia Medeiros e Elisa Carareto pela ÔZé Editora
Em “A
avó amarela”, o gostinho de infância e o carinho de vó estão por todas as
páginas desse livro que já recebeu vários prêmios!
A escritora Júlia Medeiros, nesse seu primeiro livro, explica que dedicou a história
para sua avó Esmeralda, depois que ela saiu numa foto com uma roupa idêntica
à de sua outra avó (Beatriz), mas uma vestia na cor azul e a outra na amarela,
e daí surgiu o apelido.
A avó
amarela mostrada no livro tem muito daquela avó pra lá de amorosa, e Júlia,
vinda de uma família tipicamente mineira, sabe que a reunião da família em
torno da mesa é motivo de muito orgulho e satisfação para a anfitriã... A
avó amarela acordava “antes do dia” e se aprontava para ir à feira bem
quietinha pra não acordar o vô, que ainda roncava.
A “boca”
(dentadura) ainda repousava sob a água do copo (“depois que ela passou a dormir na água, nunca mais tive sede à noite,
durmo feito fada”), e a menina pensava se a boca da avó não iria se
afogar à noite toda dentro daquela água hahaha...
A imaginação
e o senso de observação da neta descrevem de uma forma bastante poética toda
a rotina da avó aos domingos, aquele que pra ela era o dia mais esperado, dia
de ver todo mundo reunido em sua casa. Preparava o almoço, sempre com um galo
encomendado pra cada domingo: “minha avó
cometia uma morte aos domingos e aquilo confundia o meu amor”, pensava a
garotinha sobre o galo daquelas refeições! Havia ainda a visita ao filho enterrado
no cemitério, quando a emoção tomava conta de sua avó, antes de voltar pra
casa, depois da feira... As pequenas confusões em torno da mesa e dos tantos
filhos, noras, netos, toda essa riqueza desses encontros são narrados de uma
forma muito gostosa nesse livro premiado com nada menos que o Jabuti de melhor
livro infantil de 2019!! As estreantes Júlia Medeiros e a ilustradora Elisa
Carareto chegaram com tudo com essa história emocionante que vai deixar vocês
também admirados com toda a sua sensibilidade e nostalgia da infância e esses
momentos gostosos em família =)
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6 -
Brisa na Janela, de Elma pela Editora Cortez
Dizem que
avó é mãe com açúcar... que avó é mãe duas vezes... que ser avó é
poder amar os netos com mais leveza e menos cobrança, de si, do tempo... Poder
ter o privilégio desse convívio é realmente uma bênção, com direito a tantas
belas recordações, não é mesmo?
A menina Brisa
ama estar na presença da avó, que cuida dela com tanto carinho, e resolveu se
inspirar no próprio nome e desenhar o vento. Mas como ela poderia desenhar
aquilo que não se vê, apenas se sente?
Com a sabedoria da idade e a ternura típicas da avó, ela recebe conselhos
dessa figura tão querida para enxergar além do que os olhos conseguem ver, e
pode então desvendar de um jeito bem fofo como desenhar o vento: com os olhos
do coração! Leitura cheia de ternura pra ler juntinho, no colo de avó!
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7 -
Mel na Boca, de André Neves pela Editora Cortez
Casa e
colo de avô e avó é bom demais né?! A convivência sadia desse encontro de
gerações só traz boas recordações e é o tema de “Mel na Boca”, do super
ilustrador André Neves.
O menino
Tino estava passando férias na casa dos avós (ô coisa boa!). Cidade do
interior, onde o tempo passa mais devagar e o carinho do avô pelo menino era
constante. A paixão do vovô pela música foi aprendida por Tino, que
cantarola e toca instrumentos (até mesmo das panelas da avó ele tira um som).
O
pintassilgo preferido do avô, silencioso, só observa aquela música toda ao
seu redor. O neto é carinhosamente acompanhado de perto nas primeiras
pedaladas na bicicleta (com rodinhas). Até que Tino resolve “aprontar” e
soltar o passarinho, com pena que ficou do bichinho: estava tão triste naquela
gaiola, que o garoto achou que, ganhando a liberdade, o animal seguiria sua
natureza e voltaria a cantarolar... como será que o avô reagiu a essa atitude
do menino?? Num final cheio de cumplicidade e lição de vida (para ambas as
partes), o bom mesmo é saber que aquele “simples” passarinho tem muito a dizer
sobre direções, silêncios e surpresas que a vida pode nos mostrar! Belo e
sensível!
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8 - Menina Nina, de Ziraldo pela Editora Melhoramentos
Esse
livro é daqueles para fazer a gente rir e chorar... de emoção e de alegria,
é pra pensar nas coisas da vida. Como falar sobre o luto com as crianças?
“Quando a menina Nina nasceu, fez
da Vivi uma vovó. Pra lá de babona, diga-se de passagem. Gabava-se para todos
de como sua neta era sensível e inteligente, e a Nina só tinha 3 meses.”
As duas têm uma história muito linda no livro, as coisas que Vovó Vivi
passou a fazer (e as que deixou de fazer) quando esse imenso amor de avó
surgiu, bem como a relação entre avó e neta são mostradas de forma muito
delicada e poética pelo sempre grande Mestre Ziraldo. Devo confessar a vocês
que esse livro foi paixão à primeira vista, tanto por me fazer lembrar da minha
relação com minha avó, quanto pela relação que vejo minha mãe tendo com
minhas filhas. É lindo e emocionante demais falar sobre isso!!
Por
questões outras, uma pessoa muito querida e próxima também tem semelhança
com a história na nossa vida, pois a perdemos não faz muito tempo. Ahhh como
essa história se encaixou perfeitamente para nós em vários sentidos! É tão
reconfortante quando a gente lê um livro assim né? A Literatura nos afagando
com todo o seu potencial de marcar vidas através das histórias, ainda mais
contadas com tanta sabedoria como Ziraldo sabe bem fazer!
A vovó Nina um dia partiu. Deixou saudade, deixou vazio, deixou perguntas...
Deixou tristeza e lágrimas, é meio difícil ler o trecho da penúltima foto
sem um aperto no coração... Mas Ziraldo nos mostra que é possível falar da
dor com as crianças de forma a superar o luto! E de um jeito todo especial, no
final do livro há duas respostas para mostrar à menina Nina que não chore
mais a ausência da avó tão querida... A serenidade e delicadeza com que a
superação é mostrada enternece a todos, enquanto não temos respostas sobre
a morte, nos cabe imaginar, divagar e aceitar, suavizando assim a dor de quem
ficou. Absolutamente precioso esse livro para quem precisa lidar com o luto e
falar sobre ele para as crianças!!! LINDO demais!
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9 -
Cachinhos de Prata, de Leo Cunha e Rui de Oliveira pela Editora Paulinas
Em Cachinhos de prata, uma avó que já
não se lembra de muita coisa recebe a visita de seus 3 netos todos os
domingos. Ela está sempre a pentear seus cachinhos, que um dia já foram bem
negros, e agora são cor de prata, “para desfiar suas lembranças".
Apesar
das tentativas dos netos em entreter a avó, que já não os reconhece, de
repente eles começam a resgatar suas lembranças de um passado bem distante,
um lugar de conforto para aquela mente cansada que não consegue se lembrar de
fatos acontecidos há pouco tempo...
Quem tem alguém na família que vive com Alzheimer ou sofra outro tipo de demência
vai se identificar muito com a história, contada de uma forma poética pelo
autor Léo Cunha e ricamente ilustrada por Rui de Oliveira... Com sensibilidade
e muita emoção, a gente chegou no final da leitura com uma vontade de dar um
abraço na Cachinhos de Prata, acolher e afagar, pois o cotidiano da pessoa que
tem demência (perda da capacidade cognitiva, como a memória, por exemplo) e dos
familiares não é muito fácil. É uma luta diária para dar qualidade de vida
a estas pessoas... Sintam-se abraçados e representados nessa emocionante
história!!!
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Então
vamos de muitas leituras lindas para comemorar esse dia tão especial, né gente?
Aproveitem da melhor maneira possível, os avós são muito especiais na nossa
vida, são nossa história, somos partes deles e eles da gente, pra sempre! E
para finalizar, vamos ouvir duas músicas absolutamente LINDAS de uma artista
que a gente AMA e que canta tão bem sobre as relações familiares e
especialmente a infância! Isadora Canto canta “Vovó e vovô” e “Avós” –
divirtam-se e emocionem-se com as letras e melodias! FELIZ DIA DOS AVÓS! Um
abraço, e depois me conta qual sua história favorita sobre avós!